Véspera de Natal.
Freiburg se enche de cores, cheiros, luzes e sons. As crianças e os adolescentes enchem as esquinas com seus instrumentos e vozes. Centenas de pessoas circulam nas ruas dessa pequena cidade. Dessa sorridente cidade alemã.
A feira de natal enche as ruas de barraquinhas de comidas típicas, vinho quente e artesanato local. Incrível o tanto de cores, velas e peças esculpidas em madeira. Os famosos sanduiches redondos com um salsichão que fica com as duas pontas pra fora. Muita gente, muitas risadas.
O frio arde no rosto e nas mãos. As lojas lotadas no centro da cidade. Pessoas correndo contra o tempo comprando os últimos presentes. Filas e filas. E diante desse cenrário tão contraditório de amor e consumo, me dou conta de quão cruel essa época natalina pode ser para com as pessoas que não têm familias completas nem pessoas amadas a quem abraçar.
Natal me faz pensar. Natal enche meu peito de amor e ao mesmo tempo me faz chorar de alegria e tristeza. As diferenças entre quem tem e quem não tem se tornam tão gritantes que doi. Doi em mim. E não entendo como pode não haver lugar para todos no coração de todos. Não entendo como podemos excluir tanto o outro da gente, quando no fundo somos parte do mesmo todo. Por que fazemos das diferenças abismos e muros e celas e nos isolamos?
Natal me faz pensar. E uma vez que a linha ignorancia/conhecimento foi ultrapassada, não tem mais como voltar atrás. Não tem como deixar de saber o que sabemos. O caminho é daqui pra frente.
Faço do meu sorriso sincero minha arma nessa guerra diária contra essa indiferença.
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