11 de dezembro de 2009

Experiência coletiva

E ontem, uma quinta-feira à noite, resolvi sair para dançar. Depois de 4 meses sendo praticamente uma traça de livros, me dei ao luxo de respirar um pouco antes dos exames finais que virão apenas em janeiro. E la vou eu, com uma francesa amiga minha para o norte de Paris. Ingressos comprados com antecedência, como manda a sabia precaução para evitar a fila que se estendia calçada afora (em uma noite gelada!).

O espetáculo foi formidável! Lugar pequeno, umas 300 pessoas talvez; nove instrumentos, dos quais só consegui nomear a guitarra, a bateria e o violino; um DJ complementadando a riqueza de sons e um cara fazendo imagens no computador que eram projetadas num telão no fundo do pequeno palco. Uma mistura de música, poesia e comédia. Uma noite riquíssima de sons! Difícil mesmo foi conseguir isolar cada um deles e tentar acompanhar seus nuances.


Banda Fantazio

Fora a parte musical, que foi impecável e animadísisma (com direito à músicas até em chinês, vejam vocês), vivi o que o cantor à todo momento dizia: uma (verdadeira!) experiência coletiva. Tinha um carinha, que visivelmente estava em seu próprio mundo, dentro de sua viagem estimulada sabe-se lá pelo quê. E era interessante vê-lo dançar e sorrir sozinho, interagindo com seu próprio corpo e sensações. Até que a música agitou e ele começou a pular e a meio que se esbarrar em todas as pessoas. Começou então um tal de vai-pra-lá e bate-acolá onde esse carinha dançava sem direção esperando ser empurrado pelos que tinham o azar de serem tombados por ele. Azar porque começou a ficar chato ele toda hora cortando a multidão, se esbarrando em todo mundo.

Outras pessoas começaram a fazer o mesmo e num certo ponto o espaço ficou visivelmente heterogênio e dividido em dois ambintes: os que estavam na frente do palco, dançando uns se jogando em cima dos outros e os que estavam da metade pro fundo, mais tranquilos dançando e curtindo o espetáculo. Essa “confusão” frontal durou algumas músicas. Os que faziam parte dela estavam se divertindo e, para minha grande surpresa, os que não faziam eram bastante tolerantes. Bem diferente do que eu previa, não teve nenhuma confusão, nenhuma briga, nenhuma alteração de humor.

E numa noite despretenciosa, vivi uma importante e riquíssima experiência coletiva de tolerância e alegria.

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