Bem… Cá estou eu de volta. As férias foram maravilhosas (leia-se: os últimos 5 meses) e agora chegou a hora de voltar à vida de estudante.
07 de setembro. Enquanto parte de meus conterrânios (pelo menos aquela minoria com algum poder aquisitivo que pode se dar ao luxo de feriados) aproveitava a segundona da independência, lá estava eu, do outro lado do oceano iniciando o primeiro dia de uma nova vida. Por mais clichê que essa frase possa soar, tenho que enfatizá-la. E logo, logo você entenderá o porquê.
Atividade do dia: aula de abertura, das 11h às 12h.
Acordei às 10h, me aprontei e às 10:30 estava na bicicleta em direção à Universidade. O sol abriu o dia com chave de ouro. E fazia aquele friozinho bom pra andar de bicicleta sem sentir calor.
Chego no meu destino final às 10:50. Primeiro desafio do dia: achar lugar para estacionar a bicicleta. Para quem não sabe, em Paris existe um sistema de bicicletas públicas onde a cada raio de 100 metros há uma estação. A da frente da faculdade estava... adivinhe? Lotada. Confesso que sequer pensei antes nessa possibilidade. Marinheiro de primerira viagem é assim mesmo. Lá fui eu para a próxima, no fim da rua, e adivinhe? Fora de serviço. Saí andando (literalmente segurando a bicicleta e andando) e perguntando às pessoas se haveria alguma outra estação na redondeza. Nada. Ninguém sabia. Mas como sou brasileira e não desisto nunca, lá fui eu. Afinal, tinha que devolver a bendita bicicleta para ir assitir a aula e ainda mais: os 30 minutos limites de uso da bicicleta já estavam no final. Outra estação em uma das esquinas: lotada.
Desisti. A pontualidade francesa superou a invencibilidade brasileira. Aproveitei que tinha um bônus de 2 horas, ou seja, poderia ficar mais 2 horas sem pagar multa, acorrentei a bicicleta num piquete e lá fui eu, 11:05, suando e desesperada, agora para descobrir ONDE seria a bendita aula (enfatizando que a universidade é imensa, gigante. Diversos prédios interconectados formando um verdadeiro labirinto).
Pergunto a um, pergunto a outro. Ninguém sabe. O comitê de recepção aos novos alunos era só para os novos alunos que estavam entrando no primeiro ano de faculdade. E eu, nova aluna do segundo ano, fiquei rodando parecendo cego em meio de tiroteio.
Depois de subir aqui, descer ali, ir lá adiante, voltar, finalmente achei o anfiteatro. Às 11:40.
Quando abri a porta, me deparei com um auditório típico de filme europeu (aquilo é real! Não é só cenário!). Fileiras e fileiras de mesas e bancos contínuos, separados por dois corredores formando três colunas largas. Mais de 200 alunos. E estou falando só da minha turma: A5. E o professor lá embaixo, falando baixinho, enquanto as 200 bocas falavam sem parar. Minha tenativa de sentar na terceira fila do alto foi inútil, não conseguia ouvir nada que o professor falava.
Percebi que meu ano letivo começava. E com ele todos os desafios e conquistas que virão.
Agora, eu além de ser a mais nova estudante de biologia da UPMC, serei também a mais nova nerd da universidade.
2 comentários:
Fer
Boa sorte aí na universidade!
E não esquece de postar aki os acontecimentos!
Bjo
Seu texto me fez lembrar meu ingresso na UFBA, procurando as aulas de Sociologia e Filosofia... E de meu convite de formatura, onde eu agradecia e falava sobre ficar atento aos desafios que virão - frase semelhante à sua. Um abraço.
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